O meu texto consoante
Consoante : que soa conjuntamente; harmonioso. Conforme.
«A consoante é bonita junto com o outro. A ela é dedicada uma página inteira de um dicionário.
Ela é a musa do poeta e o pesadelo dos que não sabem sorrir.
Não rege porque é bondosa; tolera os comportamentos e sorri contigo, na boca quando o som corre, no exterior quando a realidade se abate sobre os Homens: a de que a harmonia - a quem a consoante dá a vida eterna - cabe onde se quiser.
Pedra filosofal dos dias, publica a cordialidade dos apertos de mão mas risca a opção errada do mapa. Ela é a rainha justa do viver, simultaneamente cordial e impediosa: abraçando o amor quando se une a vogais - objectos sempre recentes dos seus desejos mais íntimos; recusando os sons hediondos e catastróficos das combinações erradas.
A consoante é a presidente da Assembleia das palavras, mas da consoante partem também as decisões dos rumos.
Sei obstinadamente que a consoante frui por fazer fluir as ideias. Por brotar de nós num pranto inteligível e ininterrupto, preenchendo os segundos que faltam, os que ainda virão, os que já foram... Ela é o futuro, sendo passado e presente perfeito.
Jane Frances perguntou, um dia, se haveria mundo suficiente para si própria. Pois a consoante, no seu papel mudo e presença abstracta, sabe que veio para ficar nesse mundo que a não sente como sendo o rejeitar do que é fútil. Ela eterniza e eterniza-se, todos os dias um pouco mais, (n)o derramar de letras dos dedos, (n)a adopção do que nos convém por oposição ao que fica para trás, (n)o amor que sentimos pelo nosso Consoante.
Por isso, ela sabe que o mundo não é suficiente para ela. Mas, serenamente, ela sabe que, bem feitas as contas, isso é o que menos importa.»
Suspeito de que as consoantes são os seres mais felizes e serenos do planeta. O que traz uma certa esperança.
«A consoante é bonita junto com o outro. A ela é dedicada uma página inteira de um dicionário.
Ela é a musa do poeta e o pesadelo dos que não sabem sorrir.
Não rege porque é bondosa; tolera os comportamentos e sorri contigo, na boca quando o som corre, no exterior quando a realidade se abate sobre os Homens: a de que a harmonia - a quem a consoante dá a vida eterna - cabe onde se quiser.
Pedra filosofal dos dias, publica a cordialidade dos apertos de mão mas risca a opção errada do mapa. Ela é a rainha justa do viver, simultaneamente cordial e impediosa: abraçando o amor quando se une a vogais - objectos sempre recentes dos seus desejos mais íntimos; recusando os sons hediondos e catastróficos das combinações erradas.
A consoante é a presidente da Assembleia das palavras, mas da consoante partem também as decisões dos rumos.
Sei obstinadamente que a consoante frui por fazer fluir as ideias. Por brotar de nós num pranto inteligível e ininterrupto, preenchendo os segundos que faltam, os que ainda virão, os que já foram... Ela é o futuro, sendo passado e presente perfeito.
Jane Frances perguntou, um dia, se haveria mundo suficiente para si própria. Pois a consoante, no seu papel mudo e presença abstracta, sabe que veio para ficar nesse mundo que a não sente como sendo o rejeitar do que é fútil. Ela eterniza e eterniza-se, todos os dias um pouco mais, (n)o derramar de letras dos dedos, (n)a adopção do que nos convém por oposição ao que fica para trás, (n)o amor que sentimos pelo nosso Consoante.
Por isso, ela sabe que o mundo não é suficiente para ela. Mas, serenamente, ela sabe que, bem feitas as contas, isso é o que menos importa.»
Suspeito de que as consoantes são os seres mais felizes e serenos do planeta. O que traz uma certa esperança.
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