março 28, 2006

observações

Dois antropólogos juntam-se um dia, numa qualquer biblioteca de um qualquer estabelecimento de ensino superior. Ambos se interessam pela vida das tribos nativas da África profunda. Decidem estudar meticulosamente a vida de uma tribo remota, sobre a qual nada se escreveu, mentiu, dissertou, inventou, etc. Decidem, como bons cientistas que são, efectuar uma observação da tribo no local onde vive, observação essa o mais distanciada possivel, sem influenciar o dia-a-dia dos nativos, sem provocar um impacto entre culturas, sem participar do seu objecto de estudo, portanto.
Chega o grande dia, o dia da partida. Acontece que a tribo vive nalgum monte profundo, apenas acessível por helicóptero. Os antropólogos chegaram, estudaram, dissertaram, voltaram, receberam aplausos, notoriedade, reconhecimento, possivelmente a atenção do sexo belo, etc. Tudo isto sem nunca afectar o seu objecto de estudo. Notável. O que eles não sabem, é que aquela tribo tem, desde então, no calendário tribal, como principal celebração anual, o dia em que o homem branco chegou do céu dentro do pássaro barulhento que tinha asas em cima da cabeça.