Chocolate
Não tenho quaisquer acrescentos ou acertos a fazer ao texto que aqui transcrevo a seguir. Recebi-o com selo carimbado, morada escrita, um cheirinho a terra... memórias. Fez-me chorar. E num tributo à Pianista e ao "Fotógrafo", aqui fica.
Acorda passarinho. A vida está aí para ser vivida. Voa para bem longe. E vai mandando beijos. Diz olá ao companheiro.
O "Fotógrafo" chateia-me. Não pára de pensar. Sentes orgulho. Ou pelo menos diz que pensa. Já a Pianista, por mais que pense, não se nota... Descobrimos aqui um rapaz lindíssimo de cabelos compridos, que tens de conhecer. Se o virares ao contrário parece uma vassoura! No entanto, penso que lhe falta muito. Sim, tens razão, quem iria olhar para ele? Cara cheia de acne e futuro certo no Jornal "O Crime". Tem um corpinho jeitoso, suscita inveja a muita gente. inteligência não lhe falta muito, o uso sempre podemos duvidar. Faz-nos sentir estúpidos (ainda mais, portanto). Estou a escrever. O "Fotógrafo" diz: 'Não escrevas por escrever! Sinceramente. não consigo. Nem eu! Estou a saborear a angústia e a impossibilidade hipotética. As coisas tornam-se difíceis. Grita de alegria, ela foi-se embora! E a Pianista olha o horizonte, agora pede a caneta.
Cheiro é intenso e os cabelos divinais. Sempre preocupado, vai-se. Não esquece. Lembra-se. O olhar é de alguém um pouco perdido, precisa de mimos. São grandes. Gosta de sorrir.
Como tu. Não sujes o chão, por aqui hão-de passar mais pessoas. As crianças não podem sufocar. E temos de proteger aqueles que estão descalços. Compra-lhes chinelos, mas não lhes tires o olhar perdido. E se chovesse? Dar-se-ia a Aparição de mim a mim mesmo? ou de mim a outra mesma? há que respirar, mas não respirar, apenas. Estás aí? apenas. Ou estás aí? Existes e pensas. Pensas e existes. Não. Sentes. Não. Pensas. A Pianista tem afinal cabelos de ouro. Eu tenhos os meus três cabelos de castanho escuro.
O "Fotógrafo" afinal está descalço. Precisa de uns "all stars", e do seu olhar perdido. A Pianista calça uns, pretos e lindíssimos.
O rapaz chorou. A rapariga dormiu. Ao seu lado? Ao seu lado, no chão. Só eles? Sozinhos, no escuro. Como era ele? Forte, loiro, olhos castanhos, profundos, alto de uma cor verde. Era diferente. Estranho aos que passam. Amigo para os que ficavam. Ela era gelada para os que passam, quente para ele, o que ficou. Nem o apito os separou nessa noite, enquanto os passos das botas os procuravam, apenas o abraço apertava, não o medo. Ficou frio. Os lábios escureceram de um roxo azul. Mas nem isso afrouxou o abraço. Os lábios tocavam-se agora em jeito de primeira inocência, aquele já ninguém lhes tirava. ele rejubilou e ela, também?! Sim. Sentiu de novo. Correu. Correu.
Correram ambos para a água. Agora já não temiam o apito ou o som das botas. Ela esqueceu o sentido de dever exacerbado que a caracterizva, ele rejubilou outra vez ao constatar esse facto. Quanto ao seu sentido de dever e conduta moral, ele sempre foi mais arriscado. Mas agora eram ambos assim. Mergulhavam juntos na água lá ao fundo. Abriu os olhos e quis fugir. Acabava tudo ali. daqui a umas horas. Acordou so sonho. Era mesmo um sonho, não era? Era sim. Sempre mais bonito. Mais vivido. Estava livre. Chorou e olhou o rapaz. Acordavam ambos do mesmo sonho. Choraram pelo mesmo. Mas porquê? Porque o mundo é assim. Estavam lá. Seguem o caminho. E chega ao fim. O fim. Mas para ele, não fica assim.
Pianista e "Fotógrafo"
2 Comments:
Pois o para breve jornalista d’O Crime tem um acerto, um acrescento. A fazer ao momento em que o uso da sua inteligência foi posto em causa, claro está. "Duvidar" é duvidar "de algo", do uso, portanto. Onde se lê “o uso sempre podemos duvidar” dever-se-á ler “do uso sempre podemos duvidar”. ;)
O sonho é bonito, e fica-lhe bem o fundo azul. Porque o Sonho são as pessoas, alguns sonhos são realmente bonitos.
A esse fundo azul com letras brancas e títulos amarelos - ao blogue - nada há a acrescentar ou a acertar... Faça-se Arte!
O Jornalista?
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